Resenha "Divinos Rivais"
Na história, temos uma mitologia própria que eu adoraria conhecer mais profundamente. Na minha opinião, seria incrível se a autora criasse um spin-off apresentando mais sobre os deuses.
Na duologia, há deuses celestes e deuses inferiores. Muitos morreram, e os últimos foram colocados para dormir pelos humanos e enterrados em tumbas distantes. As tumbas ficaram aos cuidados do Chanceler de cada região (Leste, Oeste, etc.). Até que, um dia, Dacre, um deus inferior, despertou, iniciando uma guerra. Dacre exigia a presença de Enva, uma deusa celeste que também estava adormecida. Quando ela não apareceu no Oeste (onde ficava a tumba de Dacre), ele decidiu ir até ela, que estava no Leste, destruindo tudo em seu caminho. Enva passou a cantar para atrair soldados para sua causa, enviando-os ao Oeste na esperança de conter a destruição causada por Dacre.
A história deste livro começa seis meses após o início da guerra. Acompanhamos dois jornalistas que são rivais e competem pela vaga de colunista na Gazeta de Oath, um jornal de grande prestígio.
Iris Winnow é uma jovem de dezoito anos que se despediu de seu irmão em uma estação de trem e nunca mais teve notícias dele. Ele partiu para a guerra, seguindo Enva e sua música. Após o desaparecimento do irmão, Iris precisa muito do emprego para manter o apartamento onde vive com sua mãe, que sucumbiu ao vício após não saber o que aconteceu com o filho mais velho na guerra. Nos primeiros capítulos do livro, eu já estava chorando horrores, porque a vida de Iris só piora.
"Porém, percebo que as pessoas são apenas pessoas, que carregam seus próprios medos, sonhos, desejos, dores e erros. Não posso esperar que outra pessoa me complete; devo fazer isso sozinha."
Roman Kitt é um jovem que vive o oposto de Iris. Vindo de uma família rica, conseguiu um lugar na Gazeta graças à influência e riqueza de seu pai. Competir com Iris foi uma ideia de última hora, criada pelo chefe da Gazeta. O livro é narrado em terceira pessoa, o que foi genial por parte da escritora, mas ainda assim leva mais tempo para acompanharmos Roman e conhecê-lo bem. [Só para constar, ele tem meu amor todinho].
"Não quero acordar aos setenta e quatro anos e perceber que nunca vivi."
Para lidar com tudo, Iris escreve cartas para o seu irmão. A cidade onde vivem possui magia espalhada pelos prédios e, por algum motivo mágico, suas cartas desaparecem. A princípio, Iris não faz ideia de onde elas vão parar, até que um dia alguém responde, dizendo que não é seu irmão quem está recebendo as cartas.
Descobrir quem estava recebendo as cartas me deixou super animada e chocada. Infelizmente, se você ler a sinopse, já sabe quem está recebendo as cartas. Como eu não li, adorei descobrir durante a narrativa. Fica a seu critério ler ou não a sinopse, mas aqui eu não estragarei a surpresa de descobrir o destinatário das cartas.
Iris e o misterioso destinatário desenvolvem o hábito de escrever um para o outro, compartilhando seus medos, angústias e afins. O motivo pelo qual as cartas magicamente chegam até ele é explicado no livro, e eu achei simplesmente genial.
"Escreva as coisas que precisa ler. Escreva o que sabe ser verdade."
Como mencionei anteriormente, estamos no meio de uma guerra entre deuses que usam os humanos para combater. Há cenas da guerra que podem gerar desconforto. A autora equilibra muito bem cada parte do livro (a fantasia, o romance e a guerra), então vemos pessoas sofrendo, morrendo, etc. É um tema delicado para algumas pessoas e isso pode ou não lhe afetar. Pessoalmente, não fui afetada, mas li em uma LC (Leitura Coletiva) e algumas pessoas relataram que foi difícil ler as cenas de combate, o sofrimento dos soldados e outras cenas típicas de guerra. Fica aqui o aviso.
Iris e Roman acabam na guerra, o que me deixou angustiada e animada ao mesmo tempo. O livro segue o estilo slow burn, então o romance é construído aos poucos ao longo da história. Torci muito para que os dois ficassem juntos, e como tudo aconteceu foi completamente satisfatório. Iris e Roman são opostos que se completam, ao mesmo tempo em que compartilham semelhanças que os aproximam ainda mais. Eu, particularmente, me senti muito inspirada ao ler sobre os dois, afinal, compartilho o amor pelas palavras da mesma forma que eles.
Quando você falou do desaparecimento do irmão, eu já quis chorar ahahah entendo total o sentimento. Sua resenha me deixou curiosa para ler o livro. Admiro muito autores que conseguem criar um mundo de fantasia do zero.
ResponderExcluirEu tbm admiro os escritores que criam do zero. Meu sonho é chegar nesse nível. E olha, o desaparecimento do irmão é só o começo das lágrimas.
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